Este sou eu

Cris minha esposa e biker



Flávia nossa Iroman e fotógrafa

As Bikes



1.200 km de bike

Cruzar o Norte da Espanha a partir da Saint Jean Pied-de-Port, na França, até o fim do Mundo, passando por Santiago de Compostela, e finalizando na cidade do Porto em Portugal, de bicicleta. É o chamado Caminho Francês, um dos mais conhecidos caminhos que levam milhares de pessoas à peregrinar a Santiago de Compostela. O percurso passa pelas regiões de Navarra, La Rioja, Burgos, Palencia, León, Lugo e La Coruña. Os Celtas e Romanos acreditavam que Finisterre era o fim do mundo, quando se pensava que o mundo era plano. Centenas e centenas de anos se passaram até que a imaginação, curiosidade e determinação de alguns sonhadores trouxeram o conceito do mundo redondo. Essas mentes iluminadas eram crianças crescidas, que não deixaram a frieza da maturidade endurecer sua mente imaginativa de criança dentro de um corpo de adulto. Copérnico, Galileu e Colombo que o digam.
Despertar a curiosidade pelo desconhecido. Usar a imaginação para superar desafios, ampliar os horizontes, o intelecto e o desejo de aprender. Mostrar como é possível superar os obstáculos mais difíceis que são colocados em nossos caminhos.

FINISTERRE

O fim da Terra. Um mundo plano, linear, início e fim, secular e medieval. Uma viagem milenar. Uma peregrinação em direção ao interior da alma. Campus Stellae, Campo das Estrelas, Compostela, Santiago de Compostela. História, arte, religião e quilômetros, mil deles, desde a França até o fim da Espanha, embalando na rota portuguesa.

OBJETIVO

Vivenciar da melhor forma possível todas as sensações de uma viagem através da história, que será realizada de maneira convencional, isto é, com pernoite em albergues, conventos e pousadas, para melhor compreensão do universo peregrino.  A única obrigação é a de se deixar levar pelos sentidos e ter uma visão particular de um dos caminhos mais antigos do mundo.  Detalhes. Curiosidades. Emoções.



HISTÓRIA

Após a crucificação de Jesus, o apóstolo Tiago pregou o evangelho pela Galícia (Espanha). Ao retornar a Jerusalém, no ano 44, Tiago foi decapitado pelo Rei Herodes. Seus restos mortais, segundo a lenda, foram levados de volta à Espanha em um barco de pedra transportado por anjos, numa viagem que durou 7 dias.
O apóstolo foi enterrado no Monte Libredón, na Galícia. Mas a precisa localização do túmulo de Tiago foi, por muito tempo, um mistério.
No ano de 813, um ermitão de nome Pelágio (Pelaio) encontrou a tumba do Apóstolo Tiago. Seguindo uma chuva de estrelas, Pelaio se deparou, em um grande campo, com a sepultura do apóstolo.
Compostela, Campus Stellae, campo de estrelas!
No local descoberto por Pelaio foi construída uma capela para proteger a tumba de Tiago, que se tornou um símbolo da resistência cristã aos ataques dos mouros.

Treinamento

Depois de realizarmos a Estrada Real, Paraty-Santos e por diversas vezes o Caminho da Fé, decidimos trilhar por terras estrangeiras. Nossa viagem será realizada dia 03 de julho, partindo de Ribeirão Preto, com retorno dia 26, por Madri.
Nos primeiros meses do ano nosso treinamento foi basicamente realizado no asfalto em virtude do  longo período de chuvas, após meados de abril conseguimos iniciar o treinamento na terra.

Veja nossos treinos nos finais de semana abaixo:

Janeiro
De Ribeirão Preto para:
23 - Brodowski - 71 km - 3h35

Fevereiro
06 - Jurucê - Brodowski - 72.700 km - 4h33
13 - Jaboticabal - 123 km - 6h06
20 - Brodowski - Jurucê - Jardinópolis - 64.540 km -4h03
27 - Batatais - 91.420 - 4h45

Março
08 - Pedágio de Orlândia - 85 km - 4h25
13 - Pradópolis - 85 km - 4h22
20 - Batatais - 95 km - 5h10
27 - Mombuca - 140 km - 7h45

Abril
10 - Serrana- Serra Azul - Cravinhos - Bonfim Paulista - 115 km - 6h59
17 - Jaboticabal - 120 km - 6h21
Treino em trecho do Caminho da Fé
(Pedal o dia todo)
21 - Ribeirão - Serrana - Cajuru - Mococa - São José do Rio Pardo - 153 km
22 - São Sebastião da Grama - Vargem Grande do Sul  (Pousada da Cidinha) - 52 km
23 - Vargem Grande do Sul - Casa Branca - Tambaú - Fazenda São José (Sobreira) - 101 km
24 - Santa Rosa do Viterbo - São Simão - Cravinhos - Ribeirão Preto - 110 km

Maio
Intercalamos o treinamento de bike com as corridas, pois neste mês dia 22 eu e a Flávia estaremos participando da Maratona de Porto Alegre.

Junho
Neste mês manteremos nosso treinamento na terra com distâncias menores, mas com peso adicional simulando  a carga do alforge, dia 19 participação na Maratona de São Paulo, na última semana iremos descansar das bikes, somente intensificaremos o trabalho de braços, abdomem e alongamento.

Nosso bota-fora na pizzaria





De Ribeirão Preto para Saint Jean (França)

Saimos de Ribeirão Preto dia 03 de julho no voo da Tam, que estava marcado para as 13h30 e saiu as 14h10, chegamos em Congonhas e fomos direto para Guarulhos pois iriamos sair as 21h, mas pelo caos no aeroporto o avião decolou as 22h10, chegamos em Madri dia 04 as 13h30, com a temperatura acima dos 30 graus, o pessoal da alfândega foi muito receptivo conosco, inclusive nos parabenizando pela iniciativa, detalhe, nossas camisas fizeram o maior sucesso, a toda hora somos chamados para falar sobre nós e o caminho. Em seguida embarcamos para Pamplona as 16h20 desta vez um curto trajeto, com cerca de 30 minutos de voo, nossas bikes chegaram sem nemhum problema, tudo ótimo e maravilhoso. O taxista Juan que ja havia sido contactado pela internet nos esperava para nos levar a Saint Jean, caminho este com muitas curvas e praticamente só descidas montanhosas pelos Pirineus, chegamos no albergue Gite Ultreia, que já estava também agendado com o Bernard, que fala Português, quarto ótimo, aliás até o momento sem dificuldades no Francês e Espanhol. Saimos para tirar fotos da cidade que é muito linda, tivemos que ser breves pois tudo fecha as 22h, inclusive o albergue que fecha as portas e não libera banho após este horário, pedimos pizzas e comemos no quarto. Segue algumas fotos da viagem e agora vamos descansar pois amanhã estaremos iniciando o Caminho. Abraços a todos que nos acompanham e que torcem por nós.


Saida no aeroporto de Ribeirão Preto
Chegada aeroporto de Barajas - Madri
No aeroporto de Pamplona
Flavia e Cris na chegada em Pamplona
Cristina e o Juan taxista frente ao albergue


Entrada da cidade de Sain Jean Pied du Port
Casas em Saint Jean
Placa no albergue
Cardápio do peregrino


1 Dia Saint Jean Pied du Port a Zubiri

Hoje foi nosso primeiro dia de pedal, acordamos às 5h15, fomos montar as bikes, mas qual a nossa surpresa que o albergue só funciona a partir das 7h, e não foi possivel montar as bikes antes deste horário, na montagem descobrimos que minha bike estava com o aro torto, por uma pancada no transporte, e a da Cris com problemas no guidão e no cubo dianteiro, depois do café  (magro), fomos procurar uma bicletaria, não demoramos para encontrar, mas só abriu após as 9h. Finalmente tudo arranjado, saimos para iniciar o Caminho pelo Rota de Napoleão (já era 11h32), que é a subida pela terra, que originalmente é efetuada pelos peregrinos a pé, e não pelo asfalto como normalmente fazem os ciclistas. A subida pelos Pirineus tem uma paisagem muito linda, assim como o grau de sua dificuldade, empurramos muito, também tivemos nossos primeiros contatos com os peregrinos, cada um com seu proposito, mas todos muitos simpaticos, apesar de parecer com uma torre de babel, gente de todas as nacionalidades, alguns sem conhecer idiomas de outros, mas se fazem entender, pois todos tem o mesmo objetivo. Após a subida dos Pirineus, nos defrontamos com um verdadeiro Dow Hill para chegar a Roncesvalles, lá conhecemos o primeiro brasileiro no Caminho, o Alfredo, de Juiz de Fora, que tinha passado o maior perengue com problemas em sua bike na descida, seguimos caminho para Zubiri,  chegamos muito tarde e os albergues e restaurantes fecham as 22h, lembrando que temos diferença de 5h no fuso horário com o Brasil, e aqui temos sol até as 22h.. Todos albergues lotados, começamos a perguntar para as pessoas sobre hostal ou pousadas, quando a Flávia encontrou uma senhora que conhecia o Sr. José, que alugava casa para peregrinos, Foi uma maravilha,, conseguimos nos alojar num local maravilhoso, tudo de primeira, com um preço muito menor do que o de Saint Jean, e ainda de quebra nos informou sobre um restaurante que funcionava até as 23h., com uma otima comida, a qual conferimos logo em seguida e fomos muito bem atendidos, a comida estava ótima, só nos que estavamos cansados, depois ninguém é de ferro e fomos dormir. Gostaria de poder postar as mensagem diariamente, mas não será possível pois as vezes não conseguimos internet.

Saida albergue
Bikes preparadas para inicio da jornada
Início pelos Pirineus

Água potavél no Caminho
Atravessando lado lagoa
Flávia no alto dos Pirineus

Vejam que paisagem linda
Imagem da Virgem de Biakorre
Placa do Caminho
Refugio em caso necessidade
Amigos unidos na fé

Sobre o feno

Chegada em Roncesvalles
Em Roncesvalles com o brasileiro Alfredo de Juiz de Fora

Direção Zubiri

Video








2 dia Zubiri a Puente la Reina

Acordamos cedo, arrumamos a bike e saimos com destino a Puente La Reina, ao iniciar o  Caminho fomos surpreendidos pela quebra do câmbio da bike da Flávia, tentei arruma-lo mas não foi possivel, ainda bem que o Carlos me emprestou uma chave de corrente, consegui retirar o câmbio e deixar em uma so marcha, que funcionou, assim para evitar maiores problemas resolvemos ir pelo asfalto para a cidade de Pamplona, quando tinhamos pedalados uns 10k fomos notificados pela concessionaria que não poderiamos continuar, pois é proibido transitar pela rodovia e tivemos que voltar para trilha, mas graças a Deus não tivemos
nenhum problema, assim que chegamos localizamos uma loja da Decatlon que tinha mecânico de bike que trocou o câmbio e o cabo, assim pudemos continuar nossa viagem tranquilamente. Pamplona estava comemorando a festa de San Firmim aquela em que os touros correm atrás das pessoas, logicamente não ficamos para ver, mas podemos ver como a população é fiel a esta antiga tradição, todas as pessoas presentes estao vestidas de branco e lenço vermelho no pescoço, até mesmo as crianças. Estavamos indo para Puente la Reina e no caminho passamos pelo Morro do Perdão, tivemos ajuda de peregrinos para levar as bikes, pois era impossivel até mesmo empurrar, tivemos que praticamente carrega-lás, chegamos na cidade e o albergue era logo na entrada, um espetáculo, 15 euros por pessoa, valeu a pena.


Saindo de Zubiri

Lado albergue

Campo trigo

Placa indicativa
Chegada Pamplona

Festa San Firmin
Árvores em Pamplona

Caminho para Puente La Reina
Girassóis no Caminho

Subida para o Alto do Perdão

Totem que usamos para descanso

Parque eólico

Chegada no alto do morro
Alto do Perdão

Entrada Puente La Reina
Jantar no albergue

Agora só descansar